Música alta,
casa cheia, risos soltos e muito champanhe. A festa é um sucesso e meus nervos
estão à flor da pele, cada detalhe foi conferido pessoalmente por mim inúmeras
vezes e mesmo assim as pontas de meus dedos estão dormentes. Isso sempre
acontece quanto estou ansiosa.
Ele se aproxima
com uma taça e seu sorriso torto, impecavelmente bem vestido. Passo as mãos
pelos cabelos e lhe lanço um olhar irônico, afinal ele não sabe que perco o ar
só de sentir o seu cheiro (e que cheiro). Parabeniza-me pelo
evento e me oferece a taça de champanhe, sem desviar um instante se quer de meus
olhas.
Agradeço sua gentileza e pergunto o que ele está achando da festa... Uma breve conversa sobre amenidades, que não são tão amenas assim. Ele me convida
para dançar com um olhar zombeteiro, desafiador... Olho a minha volta, tudo
está na mais perfeita ordem. Não tenho motivos para me esquivar, não quero me
esquivar.
Agradeço sua gentileza e pergunto o que ele está achando da festa... Uma breve conversa sobre amenidades, que não são tão amenas assim.
Sinto o toque de
sua mão em minha cintura, a proximidade daquele corpo tão perto do meu.
Por algumas horas esqueço-me
da tensão de semanas e me entrego ao compasso da música e a leveza da bebida,
ele é meu guia e meu destino.
As palavras se
calam, os olhares se deliciam, se entendem. Não há nada mais sensual que um
encontro de olhares ardentes, quentes e sedentos. A festa acaba, mas
minha noite está prestes a começar.
Eu com meu olhar irônico e ele com seu sorriso torto. Meus pés o acompanham como na mais sublime das valsas, e ele me guia sem vacilar. Sem êxitos nem porquês, apenas instintos e olhares.
Eu com meu olhar irônico e ele com seu sorriso torto. Meus pés o acompanham como na mais sublime das valsas, e ele me guia sem vacilar. Sem êxitos nem porquês, apenas instintos e olhares.
Uma suíte de um
hotel, o único som presente é do blues. Nossos olhares exibem paixão, o desejo
transcende, faísca. tinge nossos corpos, que se tornam um.
De olhos bem
abertos, pele na pele e uma mistura de cheiros, nos devoramos. Os olhos dele é
fogo em brasa e os meus de uma felina em caça. Selvageria presente, instintos
gritantes... Gozo eminente!