"Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação Cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço?" Caio F. Abreu
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Muito Gelo - Pouco Açúcar
Eles se conhecem a muito tempo e nunca se viram.
Ele oferece conversa fluídica e leve, acompanhado por um cálice de bom humor.
Ela, bem... Ela é uma dose dupla de muito gelo e pouco açúcar, temperado à poesia.
Mesmo no universo virtual, ali existe uma boa e bem delineada amizade, com cores definidas e diferenças latentes.
Ele sempre se mostrou um cara de raízes arraigadas e personalidade forte (chato por natureza).
Já ela, mutável como as águas do Danúbio (Sim, se pudesse ela teria acampado em suas margens apenas para sentir a brisa matutina).
Uma relação cheia de lacunas, ele sempre atencioso, ela sempre arredia.
Um cenário cujo tema principal se estabeleceu a ironia, nos bastidores a confiança se fazia presente.
Experiências dignas de Shakespeare, bailando da comédia à tragédia.
Vidas paralelas que se trombam em algumas encruzilhadas.
Ela com vocabulário requintado e tendências contemporâneas (mas sempre teve um fraco pelo démodé).
Ele... bom, ele sempre foi ele mesmo. Simples, de sinceridade cortante e sem falsos moralismos.
Dois seres: Um homem, uma mulher... amigos, simples assim.
Tempo; Mudanças; Alfinetes; Desencontros!
O encontro um dia teria que sair, e saiu. Um sorvete que na verdade foi o bom, velho e seguro suco de morango... com muito gelo e pouco açúcar. Afinal os padrões deveriam ser preservados.
"Papo fluídico e suco de morango"
O terreno estava seguro, afinal a muito havíamos passado da fase do estranhamento. Uma noite agradável entre amigos (dentro dos padrões).
É quando os padrões são rompidos que pessoas como ela se aproximam do pânico;
Ele sempre viveu suas experiências de peito aberto, lidando corajosamente com os arranhões.
Ela... realista para as coisas práticas. Porém de perto, quando se vê através do gelo, é puro açúcar.
Inesperadamente as diferenças passam a ser anemas, já as cores... Não é mais possível delineá-las.
Ele chegou perto de mais.
Ela, mesmo com medo, não quer mais tanto gelo.
Se antes o poema era a base de morangos mofados, agora ela deseja apenas os mais vermelhos e suculentos... doces como os beijos dele.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
8 comentários:
Que del´´icia de texto, Lilian.
Você é sempre tão delicada com as palavras, mesmo que seu objetivo final não seja a delicadeza...
Muito lindinho mesmo.
Me identifiquei: "Ela... realista para as coisas práticas. Porém de perto, quando se vê através do gelo, é puro açucar."
Beijão,Lilian
Nossa, adorei o texto. Delicia mesmo.
E eu te vi no texto.
Mesmo não te achando tanto gelo.
Beijo linda.
nossa.. adorei as historias do seu blog.. mto interessante! beijoss
Obrigada garotas... que bom que gostaram! =]
Ps: Ahhhh Dri, contigo sempre fui puro açucar!
O que será feito deste casal?
muito bom o texto!
bjão
O casal ficou no texto... as cores voltaram a ser definidas.
Obrigada querida Carol, saudades de um bom café! rsrs
=]
Lili,saudades de você garota sumida. Como tá a vida?Por onde andas?
Fiquei feliz de te ver lá no Café. Aparece mais pra gente bater papo.
bjão
Me vi nesse post, adorei!!!
muitos beijos!
Postar um comentário