terça-feira, 24 de novembro de 2009

Partida

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A
s pessoas circulam caladas, o cheiro fúnebre das rosas adorna o ambiente, as lágrimas fluem assim como as águas de um rio. O nó na garganta se torna apenas um desconforto se comparado a dor no peito e o sangrar das almas.

Horas do mais puro jorrar de lembranças, pequenos momentos que se tornam dolorosamente pessoais e únicos, onde cada palavra proferida se torna preciosa, santificada.

O vazio da perda é como uma ferida aberta que dia após dia tende a se tornar apenas uma cicatriz, a tristeza se torna saudade.

E quando você se da conta que aquela voz se calou e sua alma passou a fazer parte do infinito, a vida passa a ter outro sentido, você passa a dar valor a cada sorrir, a cada olhar...

Fecho meus olhos e vejo sua face equilibrada, tranquila. Tão clara, tão lúcida... é na "ausência" que sinto sua presença.

Serena e confiante ela parte, deixando em minha memória e em meu coração a mais nobre das lições.
O amor!

Amor pela vida, amor pela família, o amor próprio.

Os parentes, os amigos, os filhos... cada um faz sua oração. É o momento da despedida.
Mais uma vez as rosas dividem seu aroma com o forte cheiro de terra molhada.

A chuva cai para lavar nossas almas e amenizar nossa dor, enquanto a marcha fúnebre é a trilha sonora de um momento que o silêncio é a mais longa das orações.



Esse texto era algo que estava devendo a mim mesma, lidar com a perda é sempre doloroso. Mas é preciso treinar o desapego e fazer as devidas despedidas. A ti minha querida tia "Rose" que não se encontra mais nesta esfera de nossas existências.

14 comentários:

Carolina disse...

As perdas são sempre perdas, não fomos treinados para perder alguém. Quando conheço alguém que consegue ter este desapego que você fala, admiro pois me falta esta habilidade. E por mais que tente não consigo tê-la. Tenho um tio que é espírita e ele trabalhou isto pra chegar a este ponto. Mas de longe até parece meio frio...

bjos meus

A Magia da Noite disse...

é preciso perceber que foi apenas uma despedida, que amanhã, num outro lugar qualquer do universo reencontrar-nos-emos.

A Itinerante - Neiva disse...

Lili,

O tempo lava a dor da ausência, mas deixa sempre o perfume das boas recordações.

E, como Druida disse, é apenas um intervalo antes do reencontro. :DD

Beijos

Lili Tormin disse...

Muito obrigada meus queridos... pelo carinho de sempre.

She disse...

Bem, me emocionei, pois acabei de perder a minha avó e andei até afastada do mundo blogsfera... minha querida sinto muito por sua tia. Infelizmente a morte é a única certeza da vida e essa dor dilacerante na alma se transformará em lembranças e saudades. Não se assuste, mas por muitas e muitas vezes no decorrer de sua vida você irá se permitir a sorrir lembrando dela.
Fique bem! Beijo grande!
- Cantinho She -

entremares disse...

A perda perde-nos.
Parece estranho, mas é verdade. Sentimo-nos perdidos, sem apoio, como se de repente o mundo girasse ao contrário e o equilibrio faltasse.

A ausência perde-nos também.
No amor ausente,
no olhar ausente,
nos aromas e nos toques da pele que não se conseguem esquecer.

Como curar tudo isto?

Rolando

Anônimo disse...

pinup-sweethings.blogspot.com é o meu novo espaço, visita-o! E obrigada por teres sempre que possivel visitado o bittersweetmemories.

beijinho *

Anônimo disse...

Muito obrigada pelas palavras de carinho meus queridos.
Estarei um tempo sem net devido a mudança residencial, mas não deixo de ficar emocionada com as visitas e a presença constante de vcs, caros amigos!

*Lili

Moni disse...

a verdade é que nós deveriamos ser acostumados com as perdas desde pequenos, para que elas se tornassem menos dolorosas... beijosss

marcelo disse...

É preciso treinar o apego, e cada vez mais! Desapego não tem graça, só quando for para se apegar mais ainda na vida ou em alguém. Parabéns pelo blog e pela homenagem. passo a te seguir. Um bom fim de semana e um abraço! Marcelo.

Carolina Cadima disse...

Acho que o ser humano é feito pra lidar com perdas, a gente perde o tempo todo. Mas é tão doloroso perder, mas é mais doloroso ainda perceber que se superou a perda mais fácildo que imaginávamos, parece que somos descartáveis. Mas não somos. Somos substituíveis para o mundo inteiro, menos pra quem a gente ama, e pra sempre vai haver um buraquinho no coração do espaço que foi deixado.
"Pois se um dia me faltar o seu abraço
Não será triste a saudade[...]
Você vai estar para sempre no meu coração..."

Acho que esse trechinho de uma musica espírita consegue explicar um pouquinho de tudo o que significa perder.

Beijos.

Adrielly Soares disse...

Olhaaaaa ganhei dois selos. *_*

Carolina disse...

Lili, vim aqui pra te desejar um 2010 iluminado.
Aparece, ando com saudades, viu?

Bjos meus e tudo de bom!!!

Carolina disse...

Lili, saudades! Por onde você anda sumida? rs

bjão