terça-feira, 29 de setembro de 2009

Encontro de olhares

Resultado de imagem para encontro de olhares

Música alta, casa cheia, risos soltos e muito champanhe. A festa é um sucesso e meus nervos estão à flor da pele, cada detalhe foi conferido pessoalmente por mim inúmeras vezes e mesmo assim as pontas de meus dedos estão dormentes. Isso sempre acontece quanto estou ansiosa. 

Ele se aproxima com uma taça e seu sorriso torto, impecavelmente bem vestido. Passo as mãos pelos cabelos e lhe lanço um olhar irônico, afinal ele não sabe que perco o ar só de sentir o seu cheiro (e que cheiro). Parabeniza-me pelo evento e me oferece a taça de champanhe, sem desviar um instante se quer de meus olhas. 

Agradeço sua gentileza e pergunto o que ele está achando da festa... Uma breve conversa sobre amenidades, que não são tão amenas assim.  Ele me convida para dançar com um olhar zombeteiro, desafiador... Olho a minha volta, tudo está na mais perfeita ordem. Não tenho motivos para me esquivar, não quero me esquivar.

Sinto o toque de sua mão em minha cintura, a proximidade daquele corpo tão perto do meu.

Por algumas horas esqueço-me da tensão de semanas e me entrego ao compasso da música e a leveza da bebida, ele é meu guia e meu destino.

As palavras se calam, os olhares se deliciam, se entendem. Não há nada mais sensual que um encontro de olhares ardentes, quentes e sedentos. A festa acaba, mas minha noite está prestes a começar. 

Eu com meu olhar irônico e ele com seu sorriso torto. Meus pés o acompanham como na mais sublime das valsas, e ele me guia sem vacilar. Sem êxitos nem porquês, apenas instintos e olhares.

Uma suíte de um hotel, o único som presente é do blues. Nossos olhares exibem paixão, o desejo transcende, faísca. tinge nossos corpos, que se tornam um. 

De olhos bem abertos, pele na pele e uma mistura de cheiros, nos devoramos. Os olhos dele é fogo em brasa e os meus de uma felina em caça. Selvageria presente, instintos gritantes... Gozo eminente! 

sábado, 26 de setembro de 2009

Crise Existencial




Minha mente está cheia de informações e não sei mais quem ser, nem o que sou. É tão difícil querer ser autêntica sem se tornar cética, são tantas cobranças, são tantos os padrões e convenções que a loucura se tornou uma normalidade.
 Não me contento mais com as pequenas coisas que antes me eram suficientes, boa música para espantar o vazio, chocolate para suprir a falta de sexo, palavras gentis para me sentir querida, dormir para não ver a vida passar, comer para me sentir satisfeita... E o mais triste, rir de mim mesma para não encarar o quão fútil e patética estou me tornando.
 Meus olhos já não brilham frente a nada, a dificuldade de lidar com a perda se camufla com o desejo de ser bem resolvida. Exatamente quando nada está bem resolvido. O anjo da morte tem cruzado meu caminho de forma impiedosa, vejo a morte de forma multifacetada. Ela passa e leva aos poucos o melhor de mim.
 A maior das dificuldades não é lidar com adversidades externas, mas sim com as batalhas que se travam no mais íntimo de seu ser. O mundo não para por que você está vazia.
 Queria conseguir esbravejar minha cólera num ímpeto de humanidade, chorar rios de lamentações, esvaziar minha mente, meu peito e voltar a rir de mim mesma... De minha tolice por hesitar que "a vida deve ser vivida sem perder a magia de sorrir".

Sinto-me sufocar, são tantos sentimentos ignorados que o isolamento não é suficiente para calar a dor de minh' alma. Quero viver, me encantar, arriscar, ousar, revolucionar... Eu quero sofrer e seguir em frente.
 O sofrimento não é um mal, o mal é não sabermos sofrer. Prorrogar um sofrimento por anos a fio por medo é covardia, e esse é o meu maior medo. Olhar-me no espelho e ver reflexos de alguém que não viveu por que é covarde, porque não ousou ser rebelde e dizer aos tiranos de sua vida que mesmo sem saber o caminho você o procuraria.
 O que adianta ser politicamente consciente e emocionalmente dependente?
 Chamar pessoas de hipócrita é mais fácil do que se auto proclamar fútil. Um alguém que não sabe o que quer da vida, e mesmo que saiba não tem a mínima ideia de como conseguir.

Eu quero viver minhas dores e enterra-las... Quero voltar a rir de mim mesma por puro prazer, sem porquês!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Risos sarcásticos e ares irônicos.


Sabe aqueles dias em que você acorda sabendo que seria mais prudente não sair da cama?
Dias em que a vida usa toda sua ironia apenas para lhe sacanear, você chega a sentir o sarcasmo por trás do caos de um dia que nem se iniciou.
Mas reúne todo o otimismo que habita seu ser e diz a si mesma, "o que não faz parte de nós, não nos perturba", eu vou levantar dessa cama e ter um dia fabuloso.
Você chega a ouvir as gargalhadas do filho da puta que decidiu que o que está por vir é independente de sua boa vontade, e se delicia de sua forma patética de tentar mudar os acontecimentos.
Abre a porta do quarto, olha para os lados em busca do primeiro sinal, a espera da primeira má noticia.
O telefone toca, é aquela agência de cobrança lhe lembrando de que tem que pagar a fatura do cartão de crédito.
Respira fundo e decide que tudo que precisa é de um bom café e um banho quente.
Ainda ao telefone tentando adiar ao máximo o prazo para o tal pagamento, abre o armário em busca do pó de café e se lembra que este acabou e que iria compra-lo pela manhã, mas quem adivinharia que iria acordar ouvindo risos sarcásticos?
Já é tarde e nada de um acordo plausível com a empresa de cobrança, digo que vou pagar só para a pessoa parar de falar e vou tomar meu banho, que é bem mais rápido do que planejado.

Saio do chuveiro, visto a primeira roupa que encontro pela frente e cadê meu sapato? Eu preciso do bendito do sapato e ele decide brincar de esconde-esconde comigo só para testar meus nervos.

Olho no relógio e vejo que faltam 10 minutos para o interfone tocar anunciando a minha carona. Decido que é melhor sair descalça do que descabelada, vou terminar de me arrumar. Acho o sapato. É incrível como essas coisas acontecem apenas quando se está com pressa e sem um pingo de senso de humor, o interfone toca.
Junto minhas coisas e saio sem tomar meu café e como se tivesse enfrentado um maratona.
Olho no relógio são 08:00 horas da manhã, resisto a tentação de correr para baixo de meus lençóis e me entregar à proteção de meus travesseiros.
Digo para mim mais uma frase reconfortante "Olho por olho e o mundo acabará em um campo de batalhas", ouço aquela vozinha terrivelmente irritante me dizer que estou passando por um campo de batalha e que preciso de mais que isso para sobreviver a ele.

Tudo que eu queria era ouvir meu despertador tocando e descobrir que tudo não passa de um pesadelo.

domingo, 13 de setembro de 2009

Por que agente não namora?




Lilian: Amiga, você achou o desfeche para o enigmada da esfinge?
Lívia: ?!
Lilian: Solteiros incríveis?!
Lívia: Ou uma coisa ou outra, amiga!
Lilian: ...

Lívia: Por que agente não namora?
Lilian: Boa pergunta, sempre me faço essa pergunta.
Lívia: Cara eu não entendo, eu sou feia? Me diz se eu sou feia!
Lilian: Não amiga, você não é feia.
Lívia: Eu sou burra, chata, inconveniente?
Lilian: Não que eu me lembre.
Lívia: Então qual-é-o-problema?
Lilian: Eu já desisti do solteiro incrível.
Lívia: Agora me fala, quando vamos num desencapetamento? QUANDO?
Lilian: Desencapetamento trás namorado?
Lívia: ...